Um professor da Universidade do Arizona decidiu usar uma câmera de pinhole para documentar a evolução de uma paisagem em Tucson, cidade do Arizona, nos Estados Unidos, ao longo de mil anos. Este é um dispositivo simples e eficaz que desafia as convenções modernas da fotografia digital. Não à toa, especialistas dizem que a tecnologia já é conhecida desde cerca do ano 500 a.C.
Jonathon Keats, de 52 anos, pesquisador da escola de belas artes da universidade, posicionou sua denominada “câmera do milênio” em um local estratégico. Deste ponto, o aparelho observa uma região desértica, atualmente em processo de urbanização, com uma cadeia de montanhas ao fundo. Keats quer, além de capturar a transformação física da paisagem, utilizar seu projeto como uma ferramenta de reflexão filosófica sobre o impacto humano no meio ambiente.
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Keats explicou que tudo que acontecer na região durante os mil anos será registrado em uma imagem que, idealmente, estará disponível para as futuras gerações. Para ele, a essência do projeto é inspirar uma reflexão contemporânea sobre as rápidas mudanças urbanas e ambientais.
Mais do que um registro visual, o projeto de Keats é um convite à ação. Segundo o professor, a obra é direcionada igualmente para a geração atual e as comunidades futuras, já que pode nos motivar a criar um cenário ideal para os próximos mil anos. Ou seja, essencialmente as pessoas iriam pensar em maneiras de deixar a região mais conservada e bela possível.
A escolha da câmera de pinhole não é por acaso. O dispositivo projeta a luz solar através de um minúsculo orifício para capturar a imagem em um filme fotográfico. Além disso, sua simplicidade garante sua durabilidade e eficácia por um longo período. Keats empregou técnicas tradicionais para criar o “filme” da câmera conhecida desde 500 a.C., utilizando um pigmento específico aplicado sobre cobre, preparado para desbotar muito gradualmente.