Jonathon Keats, de 52 anos, pesquisador da escola de belas artes da universidade, posicionou sua denominada “câmera do milênio” em um local estratégico. Deste ponto, o aparelho observa uma região desértica, atualmente em processo de urbanização, com uma cadeia de montanhas ao fundo. Keats quer, além de capturar a transformação física da paisagem, utilizar seu projeto como uma ferramenta de reflexão filosófica sobre o impacto humano no meio ambiente.
Para ilustrar o potencial do projeto, Keats ilustrou seu experimento com um exemplo hipotético. Segundo ele, caso tivéssemos uma exposição de mil anos de Manhattan, iniciada em 1024, veríamos apenas vagamente seus icônicos arranha-céus. Os prédios apareceriam como fantasmas, diferente das montanhas que estiveram presentes durante todo o período da fotografia.
O projeto de Keats utiliza o conceito de time-lapse, um método fotográfico que condensa longos períodos em breves momentos visuais. Em um time-lapse convencional, fotos são tiradas em intervalos regulares e depois exibidas rapidamente em sequência, criando a ilusão de que o tempo está passando rapidamente. Esta técnica permite observar mudanças que seriam imperceptíveis no ritmo normal do tempo, como o movimento das nuvens, o crescimento das plantas ou as mudanças urbanas.